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No ano passado, falamos sobre a promessa – e as dificuldades – da banda Ka na América Latina. Agora, vemos que a tecnologia começa a se tornar uma realidade, com a primeira carga útil da banda Ka que já está em funcionamento. Os nove feixes pontuais do Amazonas 3, de Hispamar, dirigidos às maiores cidades da América Latina, foram um pedido especial de Media Networks. A empresa é uma unidade B2B da Telefónica, a empresa de telecomunicações espanhola, e planeja ser pioneira no acesso à internet satelital de banda Ka na região através de ofertas no atacado aos provedores tradicionais de banda larga satelital, como ViaSat, do Brasil.
Esta é uma abordagem provisional em comparação com o estilo de presença massiva no mercado que temos visto até agora nos mercados desenvolvidos, que contam com satélites de alto rendimento (HTS) somente Ka e nos quais o operador satelital administra a oferta para o consumidor final, tal como no caso do serviço de banda larga ao consumidor Tooway, da Eutelsat.
E parece que as coisas continuarão a ser feitas de forma diferente na América Latina, onde não há planos para que os HTS de banda Ka cubra, a região no futuro próximo. Este temor pode ser devido a preocupações sobre a susceptibilidade da banda Ka ao clima tropical da região, mas também devido ao surgimento de novos modelos comerciais mais adequados para o mercado da América Latina, e às tecnologias que os tornam possíveis.
O movimento não se limita à América Latina, uma vez que os participantes internacionais expressaram dúvidas com relação ao modelo comercial dos HTS. No início de 2012, o presidente da SES, Romain Bausch, afirmou que a empresa não investiria em um “satélite exclusivo para banda Ka. Acreditamos que [a banda larga satelital para o consumidor] não é um negócio sustentável durante a vida útil do satélite. Um satélite leva cerca de três anos para ser construído e então, funciona por cerca de 15 anos. Assim, é necessário ter muita predisposição para o negócio durante 18 anos. A última milha do serviço de banda larga para os consumidores é por via terrestre, e não satelital”.
Apesar dos baixos níveis de penetração da banda larga na América Latina (36,9 por cento em 2011, segundo a análise da Frost & Sullivan) e das grandes extensões territoriais, a indústria satelital não tem feito muito para oferecer um serviço de banda larga satelital em grande escala no mercado da região, tanto com tecnoligias de banda Ka ou com outras tecnologias.
Com efeito, a atividade da banda Ka na América Latina parece ser mais promissora no segmento das redes de retorno do que da última milha. Embora a SES, uma das maiores operadoras de satélites do mundo, não tenha planos de implementar um satélite próprio de banda Ka, tem investido no modelo comercial inovador das redes O3b, que espera-se que ofereçam banda larga satelital de baixa latência para regiões carentes, especialmente em países em desenvolvimento (os “outros 3 bilhões”), através de uma constelação de satélites de banda Ka da órbita terrestre média, cujos quatro primeiros foram lançados em junho.
O modelo de negócios da O3b reduz o custo de compra de satélites, que também são mais flexíveis do que a banda Ka GEO no momento de adaptação a diferentes aplicações, mas o alto custo dos terminais de rastreamento duplo usados, uma vez que os satélites não são geoestacionários, limitará a sua aplicabilidade em serviço para usuários finais. Com seus satélites Epic de banda múltipla, a Intelsat também se afastou da estratégia de usuário final de HTS de banda Ka. O primeiro de seus satélites será lançado em 2015.
E mesmo quando os satélites de banda Ka exclusivos começarem a operar no mercado latinoamericano, este modelo comercial B2B possivelmente permaneçerá em uso no BR-SAT do governo brasileiro e o Amazonas 4B de Hispamar, os quais se espera que sejam lançados em 2015. O problema com esta abordagem B2B sa banda Ka é a tendência de se concentrar em regiões densamente povoadas, especialmente tendo em conta o crescente interesse pelo uso da banda Ka para fornecer retorno para as redes sem fio LTE, que certamente continuaram sendo um serviço de luxo na América Latina ainda durante vários anos.Georgia Jordan
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