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A América Latina constitui um mercado vibrante para emissoras desportivas. A região será o foco de atenção nos próximos quatro anos, enquanto o Brasil vai-se preparando para auspiciar tanto a Copa Mundial quanto as Olimpíadas. Para uma emissora como a ESPN, trata-se de uma época fantástica para estar nesse mercado. German Hartenstein, diretor gerente da ESPN Brasil, discorre sobre como a emissora aproveita o que aprendeu na América do Norte para adaptar ao mercado brasileiro.

 

VIA SATELLITE: Alguns novos atores têm surgido no mercado brasileiro de DTH, abreviatura para transmissão Direct-to-Home, ou seja, transmitida diretamente para residências. O que esse emergente mercado de DTH significa para uma emissora como a ESPN?

Hartenstein: De fato, a televisão “direta a residências” cresce rapidamente no Brasil… muito mais rapidamente do que a televisão a cabo.  No ano passado, DTH passou a representar mais do que 50 por cento da base total de assinantes e acredito que essa tendência continuará. Creio que essa lacuna entre DTH e cabo continuará aumentando, principalmente porque o Brasil é um país muito grande. O custo de construir cabo ao longo de um país de quase 8,5 milhões de quilômetros quadrados é de fato enorme.  É muito difícil penetrar nas regiões do norte e nordeste do Brasil. Com a tecnologia DTH, entretanto, é sumamente fácil alcançarmos todas as partes. A tecnologia satelital conta com uma grande vantagem, e empresas como a DirecTV e a Telmex tentaram aproveitá-la. A maioria das empresas que ingressam no mercado da televisão por assinatura utiliza atualmente DTH, e não cabo.

 

VIA SATELLITE: Que tamanho pode alcançar o mercado de televisão DTH no Brasil?

Hartenstein: Creio que atualmente o mercado satelital constitui cerca de 52 por cento da base total de assinantes.  Acho que essa cifra vai aumentar. Espera-se que o número total de assinantes de televisão por assinatura dobre nos próximos três anos no Brasil. Acredito que a maioria desses assinantes novos preferirá a televisão DTH, ou seja, direta a residência. Espera-se também que novas emissoras ingressem no mercado de DTH.

 

VIA SATELLITE: E o que faz com que o Brasil seja um mercado tão interessante agora para uma emissora como a ESPN?

Hartenstein: O Brasil cresce muito rapidamente.  Apesar de todo o crescimento que presenciamos, o mercado tem apenas 20 por cento de penetração.  Assim, há ainda muita margem para o crescimento. Quando vemos esse potencial, ficamos animados com o futuro promissor da nossa indústria nesse país. Outro aspecto interessante acerca desse mercado, muito importante para a ESPN, é a paixão que os brasileiros sentem pelo esporte.  Eles adoram esporte, especialmente o futebol. O fato de que o Brasil auspiciará a Copa Mundial em 2014 faz com que esse mercado fique cada vez mais interessante.

 

VIA SATELLITE: Quais os planos da ESPN para produzir mais conteúdo em alta definição? Como está a demanda por serviços de alta definição?

Hartenstein: No Brasil temos dois canais SD, ou seja, de definição padrão, e um HD, de alta definição.  O conteúdo do canal HD difere do conteúdo dos canais SD. Além disso, estamo-nos preparando para lançar uma transmissão contínua de um de nossos canais SD com uma versão HD.  Em breve teremos dois canais HD e dois SD. Vemos certas dinâmicas muito interessantes aqui… o surgimento de uma nova classe média com renda disponível, com telas maiores de televisão e cujo desejo é ver conteúdo de alta definição. A base de consumidores de HD cresce vigorosamente. Eu diria que vinte por cento do total de assinantes no país consomem conteúdo de alta definição. O importante é que este setor cresce muito rapidamente. Uma vez se começa a assistir televisão HD, é difícil voltar a SD.

 

VIA SATELLITE: Como está melhorando a infraestrutura tecnológica no Brasil?

Hartenstein: Fizemos um investimento considerável nos últimos dois anos e atualizamos a nossa produção para um nível de HD digital.  Estamos usando exatamente a mesma tecnologia que a ESPN utiliza nos Estados Unidos. Isto nos confere a oportunidade de desenvolver a rede com os brasileiros. Além disso, isto também nos dá a oportunidade de produzir tudo digitalmente. Facilita-nos muito usar este material diferente em plataformas diversas. Com esse investimento, não apenas a qualidade final do que se vê na tela melhorou drasticamente, mas também levamos conteúdo aos fãs do esporte em plataformas diferentes.

 

VIA SATELLITE: Quais são os principais desafios que a ESPN Brasil enfrentará nos próximos 12 meses?

Hartenstein: O mais importante que fizemos nos últimos anos foi abrir nossa operação a novas plataformas. Costumávamos ser uma operação totalmente concentrada na televisão.  Agora, a ESPN Brazil conta com um website altamente robusto, ofertas móveis e operações em rádio e revista. Temos presença em todas as plataformas e somos um dos poucos canais de HD no Brasil. Nosso desafio é continuar com essa estratégia de serviços em todas as plataformas. Somos da opinião que o público brasileiro está cada vez mais consciente dessas tendências de segmentação, quer ver esportes e obter informação a qualquer momento do dia e na forma que quiser. É esse o desafio que enfrentamos. O país será anfitrião de uma Copa Mundial e dos Jogos Olímpicos, e a economia está realmente a todo vapor.  Várias empresas que no passado não estavam interessadas agora querem entrar no mercado, de modo que o desafio é manter uma posição forte.

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