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DTH Latin AmericaAs economias estão crescendo e a demanda por serviços de televisão por assinatura na América Latina está aumentando. As pessoas têm maior renda disponível para optar por serviços de televisão por assinatura. É provável que a opção satelital lidere este crescimento.

Atualmente, a América Latina é um dos mercados mais importantes de serviços satelitais, com crescimento nas áreas de DTH, rede de retorno celular e inclusive comunicações militares. Entretanto, o crescimento de DTH é o que oferece o maior beneficio potencial.

A DirecTV Latin America (DTVLA) continua sendo uma das histórias recentes de maior sucesso no mundo da televisão por assinatura. A provedora viu que o número de assinantes aumentou em 30 por cento em 2011 e agregou mais de três milhões de assinantes na região nesse mesmo ano. Bruce Churchill, CEO de DTVLA afirma que a empresa está pronta para se dividir em três negócios. “Temos nossa empresa SKY Brazil. Somos proprietários de aproximadamente 93 por cento dessa empresa. Ao final de 2011, tínhamos aproximadamente 3.8 milhões de assinantes. Temos o que chamamos nosso negócio ‘pan-americano, ’ que consiste nos países sul americanos de idioma espanhol. Somos proprietários de 100 por cento desse negócio, que tem aproximadamente 4.1 milhões de assinantes”, assinalou Churchill. “Os maiores territórios são os da Argentina e Venezuela. Somos acionistas de 41 por cento da empresa SKY Mexico, que é a plataforma DTH do México. A Televisa é o acionista majoritário dessa empresa. Ao final de 2011, a empresa tinha 4 milhões de assinantes”.

A composição dos assinantes de DTVLA está mudando e se afastando do segmento mais afluente de consumidores que sempre puderam pagar pela televisão por assinatura. “Se fosse ver nosso número total de vendas, incluindo o México, aproximadamente 60 por cento dos assinantes estavam no segmento médio do mercado. Se visse onde terminamos ao final do ano, quase 40 por cento de nossa base total de clientes correspondem às classes ‘C’ e ‘D’. Esses são clientes que realmente não servíamos há dois ou três anos. Muito brevemente chegaremos ao ponto em que 50 por cento de nossos assinantes gerais corresponderão às classes ‘C’ e ‘D’”, ressaltou Churchill. “Inicialmente, houve resistência por parte da administração local quanto a nossa entrada nesses segmentos. Desenvolvemos um negócio exitoso com as classes ‘A’ e ‘B’ e houve medo de que entrar em outros segmentos afetaria a reputação de nossa marca. Contudo, refletimos sobre a situação. O que concluímos foi que o uso de nossas marcas principais era a forma de proceder, devido a que ambas são marcas altamente desejáveis.”

A proposta de entrarmos nos segmentos novos obligou à provedora a ‘redesenhar’ seu negócio. É preciso retirar programas dos pacotes, voltar a negociar tarifas e mudar a mentalidade dos programadores que pensam que todos têm de contar com cinco canais no pacote básico. Se oferecemos um pacote de televisão por assinatura com 15 canais, nem todos chegarão a ter os cinco canais”, afirmou Churchill.

O crescimento da provedora gerou a necessidade de maior capacidade satelital, e no ano passado ela celebrou um contrato com a Intelsat para uma grande capacidade nova nos satélites Intelsat 30 e Intelsat 31, que serão lançados nos próximos dois anos. Foi um dos acordos-chave da Intelsat em 2011. Churchill explicou o raciocínio por trás do acordo. “Estávamos chegando a nossos limites em nosso negócio ‘pan-americano’ mesmo que o nosso satélite tivesse uma vida útil restante longa, de modo que decidimos usar dois satélites que nos conferiram maior capacidade. Foram desenhados de maneira mais eficiente com feixes pontuais, assim que obtivemos maior capacidade com a mesma quantidade de segmento de espaço. Simplesmente está mais bem desenhado para o mercado geral, ressaltou. “O primeiro entrará em serviço ao final de 2014. O segundo entrará em serviço um ano depois, e inicialmente servirá de apoio ao primeiro. Cremos que esses satélites satisfarão nossas necessidades para o futuro previsível. No caso do Brasil, lançamos um satélite há pouco tempo. Portanto, não estamos enfrentando as mesmas restrições no Brasil que enfrentamos no negócio ‘pan-americano’. O México lançará outro satélite em 12 meses aproximadamente. Nós lançamos um satélite há dois anos que dobrou a capacidade disponível no México”.

 

Novos participantes surgem no Brasil

A DirecTV tem permanecido solidamente estabelecida na região durante muito tempo e continua sendo um barômetro no que respeita a televisão por assinatura.  Entretanto, outras empresas também estão de olho na oportunidade no espaço de DTH. Muitas empresas de telecomunicações estão interessadas em oferecer esses serviços junto com outras para oferecer um pacote mais completo para os clientes. Uma delas é a GvT, que lançou seus serviços de DTH em outubro passado e está usando a capacidade da Intelsat para oferecer o serviço de DTH a seus clientes no Brasil. O serviço já conta com cerca de 130 canais, dos quais 15 são transmitidos em alta definição (HD). Em termos de suas exigências por capacidade satelital, Juan Claros, vice-presidente de operações e engenharia da GvT, indica que “estamos usando capacidade da Intelsat. Temos planos de aumentar a capacidade no começo, de 2013 uma vez que o serviço tenha-se estabelecido. Não foi fácil selecionar uma provedora satelital. Há que se verificar a cobertura com a que se conta e o poder de chegada para programar o projeto”, afirmou. “Nós selecionamos a Intelsat pela cobertura que ela oferece. Trata-se de cobertura em todas as cidades em que operamos. Para nós é muito importante trabalhar com tecnologia satelital”.

De acordo com o desenvolvimento do mercado brasileiro, Claros opina que a provedora não teve outra opção que não oferecer um serviço de vídeo. Além disso, acrescenta: “Fornecemos serviços de Internet e de voz durante mais de oito anos no Brasil. É muito difícil manter os clientes quando as demais provedoras de serviço podem oferecer vídeo. Portanto, não podíamos continuar trabalhando sem isso. Agora também estamos combinando satélite e IP. Estamos fornecendo o serviço sob demanda através de IP e os canais lineares via satélite. Em razão de regulamentos, não podemos fornecer os canais lineares por IP. Entretanto, em dois ou três meses a lei começará a mudar e possivelmente poderemos fornecer esses tipos de serviço via IP”.

No mercado brasileiro está surgindo um número de participantes similares a Sky Brazil e Via Embratel. Quanto à diferenciação de serviços das provedoras em comparação a outras, Claros disse “Estamos lançando alguns produtos diferentes que as demais provedoras não têm. Lançamos serviços como filmes sob demanda, que faz parte de nossa oferta básica. Iniciamos uma grande campanha de publicidade para promover o serviço em dezembro. Temos um tipo de plano de publicidade em andamento em todas as cidades nas que operamos. Estamos presentes em 118 cidades do Brasil, assim que agora podemos fornecer serviços de vídeo a todas estas cidades. No presente, somente 20 por cento de nossos clientes potenciais possuem um serviço qualquer de televisão por assinatura. Existe o potencial de correr atrás desses 70 ou 80 por cento do mercado que não recebem esses serviços de vídeo”.

A Sercomtel é outra empresa de telecomunicações que quer entrar no mercado de DTH. A provedora tinha planejado lançar seus serviços em maio, mas o lançamento foi adiado até setembro. Assim como com a GvT, a provedora se sente quase obrigada a lançar serviços nessa área. Roberto Coutinho Mendez, CEO da Sercomtel, afirma “os consumidores brasileiros querem serviços quad play. Para as empresas de telecomunicações como a Sercomtel, DTH é a forma mais rápida e econômica de colocar em andamento os serviços de televisão por assinatura com nossos serviços de linha fixa, banda larga e telefonia móvel. Os clientes brasileiros estão prontos para usar tecnologias novas. Creio que haverá um crescimento contínuo nos serviços de DTH fornecidos pelas provedoras de telecomunicações”.

 

Modelos atacadistas

Empresas como a Media Networks Latin America (MNLA), uma companhia da Telefónica, e a TuVes HD, situada em Santiago, Chile, estão tentando lucrar no mercado DTH usando um modelo atacadista. A Sercomtel é um dos clientes da MNLA.

A MNLA é uma dos maiores compradoras de capacidade satelital na região. Werner Schuler, CEO da MNLA, afirma: “Vemos uma grande oportunidade de maior desenvolvimento de serviços DTH na região. O mercado regional está crescendo em 20 por cento em média por ano e se calcula que chegará a 60 milhões de usuários de televisão por assinatura em 2015, ou seja, duas vezes mais do que em 2008. Cremos que 60 por cento desse crescimento ocorrerá em razão da expansão dos serviços de DTH. Nos próximos meses haverá crescimento e desenvolvimento da televisão por assinatura na região. O desafio para se ampliar a cobertura e entrada no mercado pelas classes sociais emergentes, indica que DTH é a melhor alternativa para aproveitar oportunidades novas, especialmente nos territórios não servidos por redes fixas e de densidade populacional baixa”.

A MNLA e a TuVes Digital estão dirigindo seu crescimento a alguns dos demais mercados da região. Schuler acrescentou: “Encontramos maior potencial de crescimento na Colômbia, Equador e Peru. Entretanto, as oportunidades de crescimento e desenvolvimento estão por toda a região”.

A MNLA também continuará a trabalhar com seus clientes para diferenciar seus serviços de televisão por assinatura. “Planejamos lançar novos canais de conteúdo diferente para as provedoras que trabalhem conosco. Por exemplo, estamos introduzindo Go Digital, um serviço para provedoras pequenas que facilita a digitalização dos serviços de televisão por assinatura”, disse Schuler.

A TuVes HD deseja levar os serviços DTH a países como Chile, Paraguai, Bolívia e Peru. Konrad Burchardt, CEO da TuVes HD, assinala que mesmo quando se retira o Brasil da equação, há um mercado potencial de aproximadamente 120 milhões de residências na região que poderiam obter acesso aos serviços de DTH. A empresa tem um modelo de negócio interessante, já que se trata principalmente de uma provedora atacadista. Tem todos os canais e trabalha com as empresas para desenvolver serviços em cada país. Burchardt ressalta: “TuVes proporciona o serviço e nossos sócios distribuidores os comercializam com nossa marca ou com a sua própria marca (serviço de marca branca). Por exemplo, no caso da Bolívia temos um cliente de marca branca, a Entel Bolívia. Nós fornecemos o serviço com a licença, e nosso cliente oferece a marca e comercializa o serviço em combinação com outros produtos. No Peru, usamos nossa licença e distribuímos o serviço através de uma empresa varejista que possui mais do que 85 lojas em todo o país. Este modelo é antes de tudo um tipo de franquia. Hoje operamos no Chile, Paraguai, Bolívia e Peru com nossas próprias licenças e estamos em processo de obter licenças em outros países da região. Podemos operar em ambos os papéis, como franquia e provedora atacadista”.

A empresa também espera poder negociar outros acordos com empresas que desejam oferecer serviços de DTH. Segundo Burchardt: “O desafio-chave para nós durante os próximos 12 meses será obter novos clientes atacadistas. O mercado está muito ativo e surgem novos modelos comerciais e clientes potenciais todos os meses. Entretanto, o ciclo de negócios no mercado atacadista é longo. Atualmente, estamos negociando com aproximadamente oito novos clientes potenciais.

Burchardt admite que competir com a DTVLA é desafiador. “O crescimento da DTH está se espalhando por toda a região, mas competir com a DirecTV e outras empresas grandes não é fácil, assim que é necessário contar com mais fluxo de caixa e usar um modelo comercial próprio”, ressaltou. “A televisão por assinatura realmente está começando a crescer na região. O México está começando a melhorar. DTH está crescendo muito rápido em alguns dos outros países. Há três anos, a DTH praticamente não tinha nenhuma presença no Chile, mas agora está crescendo rapidamente, inclusive ultrapassando o cabo. No Brasil, DTH está liderando o negócio. A penetração de televisão ainda pode ser muito baixa em partes da região, assim que isso terá um efeito sobre o crescimento. Há enormes comunidades de idioma espanhol que desejam o mesmo conteúdo, de modo que a oportunidade é enorme”.

Burchardt, assim como Churchill, acredita que a nova classe média assegurará o futuro sucesso de DTH e acrescenta: “Os consumidores na América Latina preferem se divertir diante do televisor do que os novos dispositivos inteligentes. As pessoas querem ter televisão por assinatura nesses segmentos como uma prioridade. No passado, era caro arcar com as caixas de sintonização externas, mas cada vez fica mais barato. As empresas de cabo chegaram ao topo da penetração na maioria dos segmentos afluentes da população urbana. Há um crescimento limitado porque não é lucrativo ampliar sua rede aos novos segmentos do mercado, o que gera uma grande oportunidade para DTH. A forma de fornecer esses serviços não é através do cabo. A forma de chegar a eles é através de DTH”.

 

Mercado em alta

Todas as provedoras novas e estabelecidas tentarão introduzir mais canais de alta definição (HD) na região, o que aumentará a demanda por capacidade. Em relação aos planos da DTVLA, Churchill disse “no Brasil, oferecemos 39 canais HD, somos o líder no mercado. Em outras partes da América Latina, há menos canais. HD está em uma etapa muito mais básica de desenvolvimento. Ficamos favoravelmente surpresos com a adoção de HD no Brasil. Terminamos o ano com 800.000 assinantes no Brasil. No negócio pan-americano não há tantos canais, e a adoção é mais lenta. O mesmo se pode dizer do México. Mesmo assim, acreditamos que seja uma parte importante do negócio”.

Segundo Mendes, quando a Sercomtel lançar seu serviço, terá pacotes de HD disponíveis aos clientes. Segundo Claros, se as empresas de difusão trouxerem mais conteúdo de HD para a região, as companhias como a GvT tentarão oferecer esse conteúdo aos consumidores. “A cada ano mais satélites são lançados em órbita. Assim sendo, a oportunidade de comprar mais largura de banda existe, e por isso a capacidade de oferecer mais canais de HD se os recebermos das provedoras. Queremos aumentar o número de canais de HD. Já estamos fornecendo a maioria dos canais disponíveis no mercado de HD. O número de canais de HD aumentará, mas não sabemos qual será o nível de crescimento aqui”, acrescentou Claros.

Além disso, isso também constitui uma parte importante do que a TuVes HD está tentando fazer. Como disse Burchardt, “Hoje temos aproximadamente seis canais de HD, mas estamos planejando crescer mais. Estamos fornecendo gravadoras de vídeo pessoais (PVR) em HD. Entretanto, é importante considerar que somos uma empresa incipiente”.

Tanto no caso de mercados de países grandes como o México e o Brasil ou de mercados emergentes, como Chile, Colômbia ou Venezuela, não há dúvida quanto ao grande potencial dos serviços de DTH. O sucesso da DTVLA pode aglutinar os titulares, mas há muitas provedoras novas, inclusive as empresas de telecomunicações que estão em busca de uma parte do bolo. Muitos executivos fizeram comentários sobre uma classe média emergente dinâmica na região e são esses consumidores, não os das classes afluentes, que estão alimentando o crescimento. Resta saber se os mercados podem enfrentar esse este influxo de participantes novos; contudo, o ímpeto da DTH não dá sinais de arrefecimento. Com os eventos desportivos próximos, os olhos do mundo estarão sobre o Brasil e a região. Parece que a região por fim saiu da sombra e o crescimento dos serviços de televisão por assinatura não dá sinais de desaceleração, boa notícia para a indústria satelital.

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